quarta-feira, 23 de abril de 2008

Começa o Reino da Lua da Noite Eterna, Nunca mais verás o Sol

Este blog está aqui para dar espaço aos autores aqui colocados para exporem suas poesias e seus trabalhos e comentários. Cada um de nós segue um estilo próprio e se preocupa mais com um aspecto do mundo ao redor e de si mesmos. Muitas vezes trabalham em parceria, pois, apesar de abordarem o mundo de maneiras diferentes, entendem ele da mesma maneira e, de certa forma, todos se complementam.

Árion Vampyr: O mundo de hoje é nada mais que a morte da vida que há nele. Este mundo é tão errado, tão cruel e tão castrante, que viver nele é pior que estar morto: é ver permanentemente o fim ao seu redor e viver a angústia de a todos os momentos a castração atingir o teu desejo, a tua vida e limitar tudo que podes fazer aos sons dos risos de poderosos que alimentam-se de tua tristeza. Tua tristez, teu pesar, tua castração, tuas possibilidades impossíveis sõ parte fundamental daquilo que hoje se vê num mundo morto como o nosso. Por isso, caminhar sobre essa Terra é ver a desgraça e o terror avassalando o mundo e manchando-o de sangue. Por isso, sou aquele que traz o olhar daqueles que nunca conseguem abandonar este mundo e são forçados a viver esta eterna angústia observando a angústia de outros; aqueles que devem, para sobreviver precisam necessariamente roubar a vida de outros, pois ela é tão escassa que ele já não a tem mais; daqueles que só vivem durante a noite, por que a luz do dia lhe traz dor e cansaço e o dia para ele é uma tortura; aqueles que buscam a vida eterna na busca pela vida finita novamente; aqueles que não mais sentem nada por que são agora incapazes disso, mas que sonham com sentir novamente; aqueles que, quando sentem, sentem com o pesar de saber que tudo que sentem não lhes serve por que na verdade tudo o que sentem não é nada mais que o resquício de um passado doloroso; aqueles que possuem poderes extraordinários mas que são incapazes de trazer a si mesmos a felicidade pois estes poderes extraordinários não servem a ninguém mais que a Besta e o Deus que jogam com ele e que dão a seus poderes limites insuperáveis que sempre têm de superar para conseguir o que precisam de mais básico. Em suma, todos nós.

Ricardo Casmurro: A vida é uma sucessão de derrotas. Cada vitória serve para deixar a derrota que vem depois mais dolorosa. No final das contas, o destino de todos nós é o fim de todas as possibilidades, de todos os caminhos: perder tudo que se conseguiu ou perder a chance de conseguir algo. Por que estão o tempo todo tomando o que se consegue com a dor, o esforço e o trabalho, pois é do nosso sofrimento, da nossa castração, da nossa limitação que eles extraem sua felicidade. A dor de nós é a condição da felicidade deles. Vivemos um mundo em que tudo tende a dar errado, pois ele funciona para isso. Tudo que tenho de capacidade está pura e simplesmente fadado a ser impedido por que não posso ter o que preciso. O mínimo deve ser conquistado a briga de foice. E por isso, por não nos vermos como parte de um mesmo mundo, em função de nesse mundo alguns se nutrirem da infelicidade de outros, acabamos nos vendo como estranhos. E por isso, toda fnecessidade que temos e que só pode ser suprida com outros, se torna angústia, solidão. O mundo é um mar de solidão e trsiteza do qual tentamos inutilmente tirar o rosto para respirar, quando na verdade o que vai acontecer é que um dia iremos cansar e afundar até suas profundezas. Mesmo que não queiramos ver, esse é o destino de todos nós, morrermos sozinhos e frustrados. E esse é o sentido da vida: ser um dia comida para vermes.

Raguinm: A história da humanidade é a história da luta de classes. O mundo de hoje é divido em duas classes fundamentais, assim como foi em quase toda a história de nossa civilização e de outras, a dos proprietários e a dos não proprietários. Os proprietários, tendo tomado para si os meios de produção da vida material da sociedade, se dão ao luxo de livrar-se do trabalho produtivo e forçar os outros, que foram castrados destes meios que eles próprios construíram, a trabalharem com esses meios de produção a serviço dos proprietários, transformando o trabalho, condição básica para a realização de qualquer um, num fardo, já que o fruto de seu trabalho não lhe traz satisfação, pois não lhe parece conseqüência de seu esforço, mas a causa dele. A satisfação das pessoas é feita atrvés do comércio, da alienação da pessoa em relação àquilo que necessita, pois precisa escravizar-se para conseguir o que precisa, trabalhar no que for escolhido por outro e não por si. Por isso, as pessoas estranham-se e manipulam-se umas às outras, pois buscam satisfazer suas necessidades com o comércio, com a disputa, com a exploração, como é o que conhece por sua vida se fundamentar no acontecer disso sobre ele próprio. Essa escravidão, se a qual ele simplesmente não pode viver, pois foi impedido de ter acesso a tudo que precisa e que poderia desenvolver, é a que o castra de todas as milhares de potencialidades que poderia desenvolver, pois seu trabalho e desenvolvimento não são escolhidos por el, mas por outro a quem deve prestar seu trabalho; por isso, todo não-proprietário necessariamente é castrado em suas capacidades e sempre vi se sentir castrado, limitado, enraivecido,... Apenas a união daqueles que são explorados e que precisam escravizar-se para suprirem o mínimo é capaz de libertá-los, pois os proprietários sustentam sua existência com o trabalho de outros, por isso, por vivem de parasitar os não-proprietários, são inimigos dos não-proprietários na sua libertação desta limitação, queira ele ou não. E essa união passa por arrancar, à força se preciso, os meios de produção da vida material daqueles que roubaram elas deles. Essa união é que permitirá que aqueles que, mesmo entre os não-proprietários, são discriminados e segregados, criarem um mundo em que possam se libertar da alienação que faz os seres humanos se estranharem e dominarem uns aos outros. Por isso, desde hoje e até o fim das classes e da opressão, devemos organizar todos os não-proprietários, os trabalhadores, para combaterem seus exploradores e destruírem-nos. Para isso, é necessário que os trabalhadores se organizem democraticamente, combativamente e que os mais conscientes de seu papel na história estejam juntos para ajudar os outros a perceberem sua exploração numa organização que acumule a experiência histórica da classe trabalhadora, o Partido Revolucionário.

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