domingo, 20 de dezembro de 2009

Demônios

Por Árion Vampyr & Raguinm

Demônios existem
E eles estão entre nós
Criaturas infernais
Corruptores de netos e avós

Eles estão por aqui, olhando você
Sem que você note
Vêm aos poucos para te corromper
Um caminho para que não volte

Eles vão te dizer coisas bonitas
Para impressionar você
Teorias, prosas, poesias

Vão vir com pensamentos de igualdade
Promessas de um novo ser
Um mundo pervertido, uma nova idade

Vão usar a razão e a lógica para te trazer dúvida
Questionarão os seus princípios e valores
Animarão teu corpo, teu desejo e tua luxúria
Trarão novos prazeres, leves e torpes
Falarão idéias complexas para te afastar de Deus
Dizer que deve confiar em teu próprio pensamento
Dirão que deve enfrentar a autoridades e amontoar-se aos teus
Lhe Farão mentir aos pais, trair, viver... a cada momento

Demônios Estarão ao teu lado
Quando te aflingir a justiça de Deus
Darão explicações lógicas a tudo
Te darão apoio, atenção, o que Deus não lhe deu
Terão respeito pelas tuas anormalidades
E te ensinarão a respeitar essas bobagens

Demônios trarão revolta à tua alma
Te instigar a violência e a inconformação
Enfrentarão a guerra conservadora
para trazer uma guerra subversiva

Quando Deus ralhar sobre você
Eles lhe darão razão e questionarão a justiça Dele
Satisfazer-lhe-ão os desejos reprimidos
Lhe romperão as grades da gaiola dourada

Demônios ao redor, cuidado deve ter
Na noite sombria do inferno para o qual querem te levar
Evoque o senhor e fuja deles
Não ouça, não pondere, não pense
Demônios são bons demais
Por isso são maus.

Sobre: Não leia esse livro, menino! Se não o bicho papão vai te pegar! = Não pense sobre isso, trabalhador! Se não você vai pro inferno!
Pois é... eu prefiro ser um demônio...!

sábado, 19 de dezembro de 2009

O Anjo e o Demônio

Por Árion Vampyr & Ricardo Casmurro

1.

Um perfume doce
Rasgou minhas narinas
como dardos certeiros
Acertou-me uma sina

Isso que sinto hoje.
De Quem era nem vi o rosto
O perfume trapaceiro
Memória de muito mau gosto

De repente a gente pensa
Nas coisas que se escondem
Atrás daquela intensa
Esquecida memória de ontem

2.

Lembrei-me de um corpo
E suas formas marcadas
Cicatrizes de uma doce maldição

Enganada por um louco
Obsessões psicopatas
Marcas em anjo vivas são

3.

Aqueles dardos de aroma doce
Ultrapassaram meu pescoço e chegaram ao coração
Dividido entre o ódio e a paixão
O que se foi, foi e trouxe, foi e trouxe

4.

Desejos sempre reprimidos
Temidos pelo poder dos olhos fechados
E veio como uma chave abrindo essa alma
Alimentando vontades, ânsias, aconchegos

5.

De herói a vilão, de Deus a monstro
Marcado a ferro quente sem chance de fugir
E agora não, não mais olha meu rosto
De repente me destrói e pergunto "o que fiz?"

Maligno amante sincero
perverso psicótico apaixonado
Anjo todo que venceu o demônio
Anjo tolo que é pior que o demônio

Anjo de correntes e arame farpado
Demônio de chaves, apoio armadurado
Num momento de isolamento amargurado
O veneno endireitado forte tomou-lhe como um dardo
Como o do cheiro pesado da memória áspera
Que engole o enxofre que me rodeia
Eu, corruptor demoníaco marcado
Que cometeu o mais vil pecado
O de ter alguém amado
Do jeito errado

Se repete a tragédia da fantasia
Na comédia da vida
O anjo difama o demônio
Mas ele não é tão feio quanto pintam
(... tá, talvez só um pouco...!)