sexta-feira, 25 de abril de 2008

Ainda Esperando

Por Ricardo Casmurro

Me cerco da calma da noite
À espera de m desejo profundo
De encontrar a mim mesmo

A Lua me move a parar
Me Lembro de cenas dispersas
De um passado que ainda não chegou

Olhando minhas mãos sem saber o que fazer
Sentindo-as vazias e pesadas de tanto que carregam
A melancolia apressada correndo o vento através de mim

Os olhos ficam tensos e pesam para continuar abertos
O gelo borbulha pelo tempo frio que me abraça piedoso
Os braços me sufocam com tanta calma
Enquanto busco a faca que gira em meu ventre
Fazendo gritar silenciosamente o quente frio
Que carrego sob meus olhos sem dar-lhes atenção
O desejo sutil é mais forte que minha força
E sou subjugado pelo peso da amarga pena
Que flutua por dentro do meu exílio
Meu exílio na varanda de casa
Ouvindo sons das minhas incertezas
Saudando o que ainda não houve
Ouvindo o sussurro do vento me ensurdecer
Tocando minha pele
Como se não me sentisse mais

Estou ainda esperando...

É apenas você mesmo criando obstáculos para si mesmo
Esperando que venha o que já passou e qye vicê não conseguirá mais ver
Tenta tornar o sonho uma realidade
Plenamente ciente de que mente para si mesmo
Enquanto a lua o observa com pena
E chora a garoa noturna que acalma-o com a inquietação
Que o inquieta com a calma
Prendendo seu desespero esperançoso
Sob o jugo de sua felicidade angustiada

Busca novamente o fim de um futuro sem início
No medo da sombra de uma plena incompletude
Apreciando o desprazer
Sentindo com a ponta da língua o amargo
Enquanto ouve-se as vozes estranhas noturnas
Da noite que o circunda
Vozes que fala de dentro de seus ouvidos
Ele esteá entregue à resistência
Está explodindo sua reclusão
Esperando pelo momento em que tudo se vá
Com o milagre da dor contida
Do segredo tão profundo que nem ele mesmo
Consegue descobrir de si mesmo
Enquanto a maré e o refluxo das ondas de sombras
O levam, o molham, o torturam e o acalentam
Ainda esperando uma resposta
Ainda esperando que passe
Na placidez das trevas
Ele não encontra seu caminho
Mas encontra seu abrigo
Ainda esperando...

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