segunda-feira, 27 de junho de 2011

A Marca da Tua Presença

Por Ricardo Casmurro

Você não me quer mais
Eu já sabia disso já
Mas não é fácil saber disso
Eu sei que eu já devia ter me acostumado
E deixado o meu sentimento pra trás
Mas meu poder é pequeno
E o amor é gigante
Mas eu entendo, eu aceito
Não fui pra você o mesmo que você foi pra mim
Talvez nem perto
Mas que posso fazer?
Só posso respeitar o teu coração e engolir o meu
Te olhar de longe
Pedir uma conversa
Mas ouvir você, ter contato
E ver nas tuas palavras, gestos e tons
Que há nada lá a procurar
Que o que eu já sabia
Estava lá
Que sou pouco, que sou um alguém
Alguém que passou
Algo de um passado ultrapassado
As águas que já desaguaram
Uma memória vaga de uma alegria pálida
Isso me toca, isso me corta
Isso me aperta o coração
Me faz nublar o céu do espírito
Uma ressaca do mar silencioso da alma
Às vezes uma chuva de verão
Ou a umidade de um dia frio carioca
Uma calma angustiada
Uma queda de ficha
Uma percepção profunda
É dormir sabendo que vai acordar
E então acordar mesmo
E ver que o sonho se foi
E que aquela noite acabou
Que aquele sonho passou
E que agora você está longe
Como sempre esteve
E que o fim não chegará
Ele já foi
E que não há nada que eu possa fazer
O tempo, a escolha?
Carrego você nos meus dedos
E no peito abatido
Carrego a marca da tua presença
Enquanto você está distante
O tom de cor que levemente cobre meu cérebro
Uma luminosidade pálida que des-satura as cores da minha vida
Uma estabilidade frágil
Algo que me toma,
Mas que evito que me domine
E que não te digo
Coisas que escrevo para que você não leia
Mas que é tu a destinatária
Por que eu respeito tu coração
E sei que sou eu quem tem que aceitar
Eu entendo, eu aceito
Eu respeito
E eu sofro.

Sobre: Me Permitindo falar de amor de novo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Bloqueio Adolescente

Por Raguinm & Ricardo Casmurro

Eu torço para que você se foda
Que se afogue no seu silêncio
Que se enforque nas suas amarras

Que encontre alguém que te faça sofrer
Que te ponha na angústia do tempo denso
Que o teu insulto se volte contra você

Fiz o que podia fazer
Fui sincero, aberto
Sem pressões, sem bordões

E você o que faz?
Como se eu fosse lixo
Desaparece?

Pois que você se foda
Se foda bonito

E que eu te cuspa
De dentro da minha cabeça

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Molécula

Por Ricardo Casmurro

São eles que se afastam de mim ou sou eu que me afasto deles? O que explica essa obsessão maldita, essa corrente apertada, esse ar que me falta?

Acho que a resposta para a primeira questão está nos dois lados; tanto eu me afasto quanto eles se afastam e por eu me afastar se afastam e por se afastarem, me afasto.

Seriam os milhõesde códigos que batalhei para desnaturalizar que agora, como um paradoxo correspondente, voltam contra mim pressionando na forma de uma parede (Wall) que se aproxima para partar, constranger e me afastar e que me machuca ao toque? Estariam as correntes que prendem outrois se esgueirando como serpentes à minha direção? Estariam os códigos, fórmulas, gramáticas, revoltando-se contra minha vista de que isso são e usando as pessoas, transformando-as em agentes seus para me eliminar de seu mundo (im)perfeitamente arquitetado?

Claro que o espírito de minha época não gosta de mim e que o espírito (des)humano da trama tem sua dinãmica para se impôr e aos subalternos que a continstituem (como a fábrica que destrói o corpo e a mente do operário que a constitui; ou o Deus que ameaça, traumatiza e aterroriza o fiel que o inventou) - mas isso por si só não é tudo.

Existe também, em meio ao oceano, as moléculas de água, que se comunicam, agregam e movimentam com as suas parceiras vizinhas - e a fuga de algumas delas pode ser importante; não para o oceano, mas para as moléculas daquela confraria molecular.

E o que faz uma molécula de água fora do oceano?

Acho que posso culpar todo o peso que carrego nas costas passadas, resgatar como meu próprio ser é uma prisão para mim mesmo - como sou corrente e acorrentado, como sou o mago e o paradoxo, como sou fato social e indivíduo, como sou ideologia e interesse de classe, como sou Neo e Smith. Mas sou tudo isso para mim mesmo enquanto sou apenas mago, indivíduo, interesse de classe e Neo, no mundo.

Parece que minha vida vida foi uma música, provavelmente de Rock, mas daquelas progressivas velhas, com mudança de clima e de ritmo... uma música cantada pelo outros na qual tentei tomar a voz por algum tempo, nos minutos (segundos?) mais legais da música; umacação que parece ir para onde não vai; uma canção que é, ao final, uma maldição.

Hoje, notas (cordas) me amarram, em calam e me entregam a... ninguém?

Feitiços povoam-me de impossibilidade e pessoas faltosas, como se alguém no comando da hierarquia da existência quisesse me punir por ter afetado sua autoridade. O problema está em que não acredito em feitiços e nem em Deus :/

É; assim parece que essa alegoria mística é inútil e me sinto, de certa froma, como se fosse; mas o que faz diferença é que estas coisas parecem isso, "coisas", como se não fossem composições de afatores e de fenômenos - dá pra entender por quê Deus está em tudo (e/ou o Demônio?)

Mas como posso me libertar da prisão amarga da fuga?

Não basta ver no mundo fora de mim as condições que me aprisionam, mas de me localizar nelas e ver que posso eu fazer.

E aí é que está a pergunta; sem resposta.

Sobre: Solidão e não saber como revertê-la.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Prefiro a Certeza

Por Raguinm & Ricardo Casmurro

Transtornado permaneço constatando
A maior prisão é a vida

Cavalo selvagem, tornado
Mundo vil, caminho descontrolado

Passos e passos
Cada um, um dado
Rolado
Destinados
Ao aleatório resultado

Sim, sim, eu entendo que a insegurança é fundamentalmente medo. Mas como não ter medo? Enquanto o caminho de concreto nos salvaguarda da selvageria de ser comido vivo, ele mesmo a joga para dentro de si: a batalha pela sobrevivência,
A maldita exigência
O lugar a conquistar
Ninguém se importar
Onde se esconder?

Se amarram nas próprias liberdades
(As de fazer o que bem entendem a cada momento)
E nelas se prendem, aleatoriedades
Se deixando guiar pelo deixar ser (deixai fazer, deixai passar), na verdade perde a liberdade que se quer ter - não toma a vida nas próprias mãos; se lhe dá vida própria à própria vida ese a transforma num fluxo irressitível que não tem outro caminho senão a derrota.

Por que ninguém se importa.

Mas mais do que se deixar dominar
É perder
Tanto...
É se ver levado para longe dequem se gosta
Sem saber que também o é de quem poderia gostar
É ser dominado pela falta de resposta
Enqaunto cada movimento é composto de questão e resposta, uma eterna dinâmica (termo-dinâmica?) que nos faz fazer, pensar, falar; e que no engano tolo de não responder (ou não perguntar?) se responde (e se pergunta) sem pensar...
É de pensar que queres te libertar?

Prefiro a certeza
Guiar a vida com minhas próprias mãos
Mesmo que não seja
Possível saber na verdade que coisas virão
Mas não quero mentira
Quero ter o poder de me dizer sim ou não.

Claro que não é qualquer certeza; por que a certeza maldita da pré-destinação hereditária (carcerária?) nada mais é que uma jaula - e, na verdade, é como a incerteza, em que não se busca repostas (ou perguntas?) já que num as engulo prontas e noutro as engulo sem saber.

Transtornado permaneço constatando
Que todos o tempo todo perdem tanto
Se libertam na irracionalidade qye escraviza
A maior prisão, é a vida.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Saber of Fire

Por Raguinm

Lies of Barbarianship dies in a new world rise
After generations of iron weight and endless wait
Broken foir the pleasure 'n wealth of dark kings
From the the desert, it rose up the new freedom sun

PONTE
[They may come with their lies 'n blood
They may fire their guns upon us
We won't leave the square, ain't going nowhere
We won't leave there, we won't get back

'Cos we are the heralds of our will
'Cos we are the soldiers of our will]

REFRÃO
Together we stand, our wars are your lies
Our lives will change, by the strengh of who we are
Our force rise again, We are the pride of the Arab
Brother, sister, elder, young and friends from outside
Saber of Fire!

New Boundaries created, virtual new combats
A new place in history, death n' hungry won't last
A blade for freedom, cut off the chains of past
Lords from here and of the world, You'll have no rest!

PONTE

REFRÃO

Fall!
Muamar Kadafi
Fall!
Hosni Mubarak
Fall!
Zine el-Abidine Bem
Fall!
Mohammed VI
Fall!
Abdullah II
Fall!
Ali Abdullah Saleh
Fall!
Abdullah bin Abdel Aziz
Fall!
Nuri Al Maliki
Fall!
Najib Mikati
Fall!
Bashar al-Assad
Fall!
Abdelaziz Bouteflika
Fall!
Mohamed Ould Abdel Aziz
Fall!
You All Fall!
Under Our
Saber of Fire!

Sobre: Em Apoio à Revolução Árabe!

sábado, 30 de outubro de 2010

In My Time of Drowning

Por Raguinm e Ricardo Casmurro

I'm shaking my patience
Asking it for some peace
Time's already put an fence
A wall I can't realease

I've made bad mistakes in my life
N' bad choices have taken my time
Followed a programmed path,
Trapped myself inside other's web

Left mu dreams for other's expectations
Slept in their numbness and crawlled in their misery
Now I can't see any directions
How can I walk out a jail that was made by me?

Time doesn't come back
I should have made my own track
Now the way's blocked
N' I'm full of their speach n' knocking it

In nMy time of Drowning...!

I wanna release...!
From fake truth-tellers talk
From parents, preachers n' boss
From obligations to careless
From determined answers
From lifetime lonelyness

I'm Shaking my patience
Asking it from some peace
Time's already put an fence
A wall I can't release

In my time of Drowning...!

Sobre: A gente vai vivendo como pode a vida, levando em conta as decisões de outros, as verdades que nos são ditas, os caminhos preformados por padrões sociais que nos determinam, as crenças que nos são postas como verdades absolutas, ideologias tortas sobre como o mundo funciona... Depois de algum tempo, percebemos o quanto que na verdade, poucas das coisas que consideramos necessárias e obrigatórias, na verdade não eram, e que abandonamos nossos sonhos e nossas expectativas em prol de seguir uma tradição estúpida, mas da qual, agora, não temos como escapar, por que já estamos demasiadamente envolvidos na teia de obrigações e necessidades criadas por esses próprios caminhos. Então você se vê perdido e preso em algo que te angustia, que te incomoda, que te deixa sem opções e que te faz perceber que o você fez foi rastejar na miséria dos outros, dormir no entorpecimento deles. As expectativas de outros te empurram num caminho que você se convence de que é obrigado a seguir, até que você percebe que não era, que poderia ter sido diferente, mas agora só lhe resta a frustração e pedir à paciênica por um pouco de paz e o desejo de se libertar do papo de falsos faladores de verdades, dos pais, clérigos e chefe, das orbigações aos que não se importam, das respostas determinadas e, finalmente, da solidão eterna.

Depoimento

Por Raguinm

Eu to puto, meu irmão

Tenho vontade até de gritar
Muito puto, tem jeito não
Ninguém vai conseguir me acalmar

Tive que escolher o dia de faltar à faculdade
Tava sem dinheiro pra pagar a passagem
Não pude ligar pros amigos ao momento
Meu celular foi bloqueado por falta de pagamento
Não pude encontrar os amigos pra sair
Sem passagem, nem comida, não tinha como ir
Trabalhei pra caralho hoje no serviço
Levei esporro do chefe e nem vou ganhar por isso

É meu amigo, eu sei
Porra, irmão, eu tô fodido!

E eu to muito puto com isso!

O cartão estourou, meu celular deu problema
O ônibus, como sempre, lotou, não há quem não entenda
Peguei trânsito na volta, tô com um pé no SPC
Meu celular não pega em casa, não consigo falar com você
preciso conversar e por isso esse depoimento
Meu amigo, se continuar, certamente eu não aguento

Preciso te dizer que eu to fodido
E que eu tô muito puto com isso!

E é, parceiro, eu sei que você entende
A tua situação tá parecida, não é?
A tua, a minha e, bem, a de muita gente
Isso até é comum, mas normal não é!
Tem gente aí com carro e ar-condicionado
Gente sem fila de vanco, com relógio caro
Gente sem patrão, que viaja e com celular fodão
E, ah, filho da puta, um desses é meu patrão!