quarta-feira, 5 de outubro de 2011

De Herói a Semi-Homem

Por Ricardo Casmurro

O tempo se foi
Tudo que se é
Não existe mais

Apenas restou
A casca sem pé
De um novo jamais

A vida te leva pra longe
Às vezes não se sabe a importância
Da batalha que perdeu

Tu que em prol d'algo foste monge
Agora contenta-se com a podre lama
Não sabe mais o que é teu

Um reles resto do que já foi
Andando pelos cacos do que poderia ter sido
Perdido em meio ao vazio de uma vida sem sentido
Morre em vida pois tudo e nada mudou

Carrega pela eternidade a cruz que talhou
Cicatrizes que nunca somem
Que com as sombras da solidão trazem dor
De Herói a Semi-homem

Duras penas, dores extenuantes
Dedicação inquestionável
Sufoco, Desprezo, Penúria, porém Inviolável
Talvez nunca mais tenha o tivera antes

De Herói a semi-homem
Nojo de si mesmo e do que se tornou
Contentando-se com as migalhas de uma vida banal

De Herói a Semi-Homem
Tudo que foi se foi, procura pelo que não restou
De agora em diante viverá como um mero animal

E sob o véu do segredo se esconde
Daqueles que ignoram tua força e tua dor
Para usar seus olhares e dizer "como pode
Não chegar onde tal fulano chegou?"

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