Por Ricardo Casmurro
Sempre a vejo em câmera lenta
Como se o vento balançasse os cabelos e a fizesse rodar
Algo como saído de uma ciaxa de música
Eternamente sorrindo como nos dias de viagem
Fique mais um pouco
Pegue o ônibus de mais tarde
Me mande mais uma estrofe
Me mande mais um carinho
As letras escritas à mão
Chegando de surpresa como um presente
Me lembram do açúcar grosso de manhã
E das lágrimas de felicidade sorridentes
Fique mais um pouco
Me deixe te ouvir cantar
Me mande mais uma carta
Me indique de novo o caminho
Tentei fugir, eu sei
Temendo o dia em que
As cartas não mais chegariam
Em que as estrofes acabariam
Em que os sorrisos fugiriam
Mas restaria a memória do quarto do irmão
A luz do dia pela janela aberta
Tocando nossas peles nuas...
E em que esta memória
Não seria mais glória
Mas um caco do óculos azul
Que corta quando toca
Mas que não quero jogar fora
E esse dia chegou
Me deixe te ouvir cantar
Volte a me fazer acreditar
Me procure enquanto temo de novo
Sorria pra mim de novo
O vento levou nosso zimbábue embora
Mas eu ainda o guardo junto das fotos e das cartas
Estarei sempre esperando mais uma carta
Estarei sempre esperando mais um verso
Estarei sempre esperando mais uma ligação
Estarei sempre esperando mais um sorriso
E sempre esperando
Sabendo que não vem
Mais uma visita
E mais um beijo
De batom vermelho
Marcado no papel
Naqueles envelopes coloridos
Em meus sonhos estará sempre sorrindo
Fique mais um pouco
Volte a me fazer acreditar...
Eu zimbábue você
Muito
Sobre: Me dei ao direito de falar do meu amor. Este é o segundo.
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