domingo, 15 de março de 2009

Uma Estrada

Por Raguinm & Ricardo Casmurro

Não costumo escrever o que sinto
Não gosto de caminhar versos sem destino
Mas quando seu ombro amigo é a folha em branco
Acho que nessa hora posso começar andando

A Confraria dos perseguidos me chamou novamente
Para planejar o´próximo passo de maneira consciente
Mas estão por aí querendo contar nossas línguas
Tapar minha cara; as marcas, já sinto-as

Se num mistério me desespero
É por que um dia eu espero
Poder encontrar uma saída

Como posso continuar a caminhar numa estrada
Se meus pés estão esfolados demais para que eu possa mesmo pisar?

Há muito tempo meu milho acabou
E fico tentando catar os restos para fazer meu jantar
Talvez se um dia soubessem do meu esforço
Se um dia desconfiassem da minha dor
Pensassem duas vezes antes de olhar, antes de falar
Não são capazes de metade do que suporto
E me olham com desdém...
Parece que não conseguem olhar nos meus olhos...

O pior dos nossos inimigos é que eles estão entre nós
Nas nossas falas, nas nossas atitudes,...
Nossas não!... Deles...
Nossos inimigos estão aí disfarçados entre nossos amigos e nossos pensamentos...
E será que há como esquecer?

Naufragado mais uma veaz nessa angústia insolúvel
Da vida que não quero, mas que persigo
Caminhando numa estrada sozinho
Onde nem muitos que comigo estão entendem o que sinto
Podem falar muito e até entender
Não sei exatamente o que quero dizer
Mas sei que o abandono e a derrota que me perseguem
São...
O que esperar?
Se meu destino é a masmorra
É natural que a vida seja a tortura...
Se tento jogar tudo contra essa merda
Ela me destrói, me consome,
Tira os outros de perto, os levam embora
E eu termino aqui
Escrevendo o que não quero
Numa sala solitária ao som do vento

Sobre: É algo mais do Raguinm, falando sobre algumas sensações que tem com as dificuldades da vida que leva. E de fato não é, por enquanto, para ninguém entender, exceto aqueles que conhecem.

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